Para Ceará Mascate, contratação de cubanos no programa “Mais Médicos” é similar ao regime de escravidão

CearáMascate 21.11.2018“O Mais Médicos, para mim, foi uma fraude, uma fraude comprovada”, disse Ceará Mascate, em discurso23/11/2018 - “O Mais Médicos, para mim, foi uma fraude, uma fraude comprovada”. A declaração foi emitida pelo vereador Ceará Mascate (PPS), em discurso no plenário da Câmara, na última quarta-feira (22). O parlamentar fez duras críticas ao regime de contratação dos médicos cubanos no programa do governo federal, e o associou ao regime de escravidão.

“O que estava acontecendo nesse país não é justo”, disse o parlamentar, referindo-se ao fato de que, pelo acordo entre Brasil e Cuba, os médicos cubanos recebem somente uma parte do salário pago pelo governo brasileiro - do valor total de R$11,8 mil, os profissionais oriundos da ilha caribenha recebem cerca de R$3,5 mil, e o restante “vai para o governo”.

“Por que eu falo que é escravidão? Pois o cidadão [cubano] que trabalha aqui não pode trazer a família, pois a família fica refém do governo de Cuba, para garantir que os 70% do salário sejam depositados”, disse Ceará. O parlamentar também destacou que, na véspera, foi comemorado o Dia da Consciência Negra. “Sou contra qualquer tipo de discriminação, racismo e escravidão”.

“Que espécie de ser humanos que somos nós, que concordamos com uma situação dessa?”, questionou, referindo-se à contratação dos médicos cubanos pelo Brasil, desde 2013 - quando teve início o Mais Médicos. Recentemente, Cuba anunciou a saída dos médicos do programa, após discordar de declarações emitidas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

PACIÊNCIA

Ceará pediu “paciência” aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que eram atendidos pelos profissionais cubanos. Em Monte Mor, segundo a prefeitura, as seis médicas se despediram nesta quinta-feira (22), e já têm voos previstos para sábado (24). A expectativa do vereador é que, em breve, as vagas sejam preenchidas pelo governo, através de seleções.

Para Ceará, o futuro presidente “tentou acordo com governo de Cuba”, estabelecendo condições como o pagamento do salário integral e, ainda, que os médicos pudessem “trazer seus familiares” para o país. O vereador também disse que Bolsonaro “não está expulsando os médicos”, e sim “oferecendo asilo político para aqueles que queiram ser cidadãos brasileiros”.

Ceará também criticou fortemente o governo cubano. “Cuba não tem economia, vive de escravidão. Mais de 50% da sua receita é de serviços escravos [...] É um país que vive de miséria, de escravidão, que não deixa os seus cidadãos serem cidadãos de verdade”, disse, afirmando ter feito um “levantamento, um estudo” sobre o regime.

Segundo ele, o governo da ilha possui uma “carteirinha socialista”, que permite a aquisição de apenas cinco ovos e meio quilo de frango por mês. “É desumano o que eles fazem lá em Cuba”, disse o vereador, ressaltando que os médicos cubanos que atuaram no país, por todo esse tempo, foram “excelentes profissionais” e têm o seu total respeito.

COMENTÁRIO

Pastor Elias (MDB) concordou com os posicionamentos. “Cadê os ditos direitos humanos, que o PT criou? Servem para o Brasil, mas não servem para o governo modelo do PT?”, disse. “Isso é escravidão mesmo, é subjugar o ser humano ao pior [...] O Brasil que nós queremos não é esse Brasil que ficou para trás, de herança que o PT deixou, esse mau exemplo”, afirmou, ressaltando que os cubanos são excelentes profissionais e que precisam ser tratados com respeito.   

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